Ser ou não ser? Essa é a questão que me vi navegando sobre.
Antes de qualquer coisa... O que é ser? O que é não ser?
Acredito que eu não saiba o que é não ser. Minha compreensão carece de eu ser, portanto não está em minha consciência o não ser. Haveria consciência sem ser? Enfim...
Curioso que sempre respondem nomes quando questionados "quem és tu?". Passar uma lista de características ou qualitativos também faz-se comum. Em adição, se questionados sobre "o que és tu?" podem muito sapientemente responder "uma pessoa", "um ser humano", etc. Interessante, porém...
Eu sinto dificuldades em responder indagações dessas. Incomodo-me em não responder à questão tão inocentemente lançada. Não vejo como poderia responder à "quem es tu?". Eu sou eu. Não há outro eu que não eu. Mesmo que outrem convivam comigo e conheçam meu conjunto de características comportamentais ou... personalidade, como chamam, não hão de saber quem sou. Talvez só eu saiba quem sou?
Você conseguiria olhar-se no espelho após uma mudança ou ajuste de personalidade, considerando; claro, que tivesse consciência para percebê-las, reconhecer que aquele é outro que não você? Parece-me mais claro concluir que aquele és tu. Alterado, de certa forma, mas ainda si mesmo. As pessoas de consciência sub-desenvolvida sequer percebem a existência da personalidade. Ainda menos que a mesma é um anexo ao ser. Entendem a palavra mais como uma solicitação por uma lista de qualitativos que têm como a si inerentes. Bom... Assim foram ensinados.
Por mais que muito pouco tangível, saber quem és parece-me mais simples que saber o que és. Algo, inclusive, paradoxalmente tangível e intangível.
Uma pessoa? Creio que sim. Um ser humano? Parece que sim. Animal? Sim, creio também. Uma consciência? Espera um pouco. Vamos com calma... Muito provavelmente isso tudo ao mesmo tempo, junto à muitas outras coisas. Algumas pessoas, inclusive, felizes com seus títulos de honra de escravo assalariado, chegam a assumir tais títulos como seu ser. Conveniente baile de belas máscaras.
Eu me estenderia mais, porém o tópico é por deveras profundo e provavelmente se elonga além do tangível, para dentro do eu, para longe deste texto.
Insurecti